terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Quaresma: façamos juntos esse caminho

O centro de nossa fé cristã é o Mistério Pascal, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Para vivenciarmos de forma mais concreta e plena essa realidade, nossa Mãe Igreja nos oferece um tempo privilegiado de preparação, a Quaresma. Neste mês de março, a partir do dia 9, Quarta-feira de Cinzas, somos convocados pela Igreja para percorrer um caminho em direção de um conhecimento mais profundo da Pessoa de Jesus.

Neste tempo quaresmal, temos a oportunidade de avançar em uma intimidade maior com o Senhor. Digo avançarmos, porque a cada ano a Igreja não nos propõe um repetitivo exercício espiritual que nos permita dizer: "De novo estamos na Quaresma", como, se neste ano, você fosse viver da mesma forma que os outros anos. Não! Definitivamente estamos diante de uma nova oportunidade de, conhecendo mais a Pessoa de Cristo, nos esforçarmos de maneira decidida para correspondermos a Seu grande amor por nós, que chegou a ponto de se entregar por nós em uma cruz.

A Igreja nos propõe o Jejum como uma das inúmeras formas para vivenciarmos bem este tempo de crescimento e conversão. Contudo, ele em nada pode ser comparado com um regime alimentar ou com um tempo em que passamos fome. Explico de forma bem simples o que é o jejum e as várias maneiras possíveis de fazê-lo em um pequeno livrinho de minha autoria: "Práticas de Jejum", da Editora Canção Nova. Essa prática nos ajuda a crescer em disciplina e nos dispõe para a oração.

A correspondência ao amor de Jesus Cristo nos compromete com Ele e também com os irmãos. Dessa forma, este tempo de conversão nos coloca a percorrer um caminho de crescimento individual-espiritual, lado a lado com um caminho de crescimento fraterno-social. Uma Quaresma bem vivida toca e transforma essas duas realidades, sempre nos conduzindo a uma conformação com a vida de Jesus Cristo.

Por fim, o objetivo maior que almejamos alcançar nesse período quaresmal não é outro senão uma vida mais santa. Convido vocês, meus irmãos e minhas irmãs, companheiros de missão, a se esforçarem para não ser desclassificados nessa caminhada rumo à santidade. Nossa caminhada se inicia com a Quaresma, nosso percurso é a própria vida de Jesus Cristo e nossa meta final é o Céu. Queremos neste mês, com nossa evangelização, alcançar o máximo de pessoas para que ninguém fique desclassificado pelo meio do caminho. Conto com sua ajuda e esforço pessoal. Juntos estaremos nos preparando para celebrar bem o Mistério da Ressurreição do Senhor que coroa este tempo forte de oração.

"Concedei-nos, ó Deus onipotente que, ao longo desta Quaresma, possamos progredir no conhecimento de Jesus Cristo e corresponder a seu amor por uma vida santa" (Oração do dia do Primeiro Domingo da Quaresma).


Monsenhor Jonas Abib

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Saúde pública é tema da Campanha da Fraternidade 2012


Foi aberta, na tarde desta Quarta-Feira de Cinzas (22), a 49ª Campanha da Fraternidade (CF), cujo tema é “Fraternidade e Saúde Pública”, com o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra”. A solenidade de abertura, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília/DF, foi dirigida pelo secretário geral da entidade, dom Leonardo Steiner, e contou com a participação do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, do secretário executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias, além de outros convidados.
“A Campanha da Fraternidade é um tempo especial para a conversão do coração, através da prática da oração, do jejum e da esmola, como processo de abertura necessária para sermos tocados pela grandeza da vida nova que nasce da cruz e da ressurreição”, disse dom Leonardo.
Em seu discurso, o secretário geral da CNBB disse que houve “significativos avanços” nas últimas décadas da saúde pública no país, como o aumento da expectativa de vida da população, a drástica redução da mortalidade infantil, a erradicação de algumas doenças infecto-parasitárias e a eficácia da vacinação e do tratamento da Aids, elogiados internacionalmente.
No entanto, Dom Leonardo também levantou pontos que ainda não são completamente sanados pelo Governo em relação à saúde. “Com a Campanha da Fraternidade de 2012, a Igreja deseja sensibilizar a todos sobre uma das feridas sociais mais agudas de nosso país: a dura realidade dos filhos e filhas de Deus que enfrentam as longas filas para o atendimento à saúde, a demorada espera para a realização de exames, a falta de vagas nos hospitais públicos e a falta de medicamentos. Sem deixar de mencionar a situação em que se encontra a saúde indígena, dos quilombolas e da população que vive nas regiões mais afastadas”, destacou dom Leonardo.
O bispo auxiliar de Brasília ressaltou não ser exagero dizer que a saúde pública no país “não vai bem”. “Os problemas verificados na área da saúde são reflexos do contexto mais amplo de nossa economia de mercado, hoje globalizada, que não tem, muitas vezes, como horizonte os valores ético-morais e sociais”.
Mensagem do Papa
“De bom grado me associo à CNBB que lança uma nova Campanha da Fraternidade, sob o lema “Que a saúde se difunda sobre a terra” (cf. Eclo 38,8), com o objetivo de suscitar, a partir de uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil, um maior espírito fraterno e comunitário na atenção dos enfermos e levar a sociedade a garantir a mais pessoas o direito de ter acesso aos meios necessários para uma vida saudável”. Estas foram algumas palavras do papa Bento XVI na carta enviada à CNBB por ocasião do lançamento da CF. A carta foi lida na íntegra pelo secretário executivo da CF, padre Luiz Carlos Dias, no ato de lançamento da Campanha.
O papa desejou que esta Campanha inspire no “coração dos fiéis e das pessoas de boa vontade, uma solidariedade cada vez mais profunda para com os enfermos, tantas vezes sofrendo mais pela solidão e abandono, do que pela doença”.
“Associando-me, pois, a esta iniciativa da CNBB e fazendo minhas as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angústias de cada um, saúdo fraternalmente quantos tomam parte, física ou espiritualmente, na Campanha, invocando pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, para todos, mas de modo especial, para os doentes, o conforto e a fortaleza de Deus no cumprimento do dever de estado, individual, familiar e social, fonte de saúde e progresso do Brasil, tornando-se fértil na santidade, próspero na economia, justo na participação das riquezas, alegre no serviço público, equânime no poder e fraterno no desenvolvimento”, escreveu o papa.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Toma consciência, ó Cristão, da tua Dignidade!

O que você vai fazer neste carnaval? Somos chamados a viver como filhos de Deus e a não dar “Ibope” para tudo que é indigno desta condição. Você é convidado a ler com muita atenção o texto abaixo, que traz uma reflexão séria e necessária sobre estes tempos que vivemos.  Leia e partilhe!                                                                                  
“Toma consciência, ó cristão, da tua dignidade. E já que participas da natureza divina, não voltes aos erros de antes por um comportamento indigno de tua condição. Lembra-te de que Cabeça e de que corpo és membro. Recorda-te que foste arrancado do poder das trevas e levado para o Reino de Deus. Pelo sacramento do batismo, te tornaste templo do Espírito Santo. Não expulses com más ações tão grande hóspede, não recaias sob o jugo do demônio, porque o preço da tua salvação é o sangue de Cristo” (São Leão Magno).
Estamos naquele período em que palavras como folia, diversão, alegria, beleza, animação, sensualidade ficam exaustivamente comuns nos noticiários (é sempre assim!).
E o carnaval passa então a ser associado somente a coisas prazerosas. Exaltação ao corpo, à beleza feminina. Tudo é noticiado como se fosse bom, muito bom, pela mídia em geral. Como se existisse uma única interpretação dos fatos. Carnaval é alegria, festa popular, momento de extrapolar, e pronto! Assim está definido e não se questiona nada disso.
Infelizmente o que ninguém mostra ou destaca de forma enfática e que leve a uma reflexão séria são os bastidores e o pós-folia.
Quantas separações de casais, frutos de atitudes inconseqüentes?
E as mortes? Violência, acidentes (até podemos ter notícias a respeito de alguns desses fatos, mas o que não há é a avaliação crítica, imparcial, reafirmo).

E, lamentavelmente, é preciso dizer: quantos batizados vivendo isso? Quantos templos do Espírito Santo profanados simultaneamente em todo o nosso país? Isso é doloroso!  Sim, porque é preciso reconhecer que muitos receberam o sacramento do batismo, mas não sabem sobre a própria condição e já expulsaram de suas vidas tão Doce Hóspede.
Claro, as vozes que se levantam contra são consideradas ultrapassadas, mas não podemos nos intimidar com isso. Precisamos levar as pessoas a recordarem por qual preço elas foram compradas. Precisamos contar a elas sobre a dignidade que têm, pelos méritos do Cordeiro de Deus que deu Sua vida para nos salvar.
Isso deve nos inquietar. Não podemos calar. Precisamos denunciar. E mais, pela nossa dignidade de cristão não podemos dar ibope para o mal. Nem como telespectador. Não pactuar com isso. Com nada disso!
Nós somos estimulados a não nos conformarmos com tudo o que vemos, como nos lembra São Paulo em sua carta aos Romanos:  “Eu vos exorto, pois irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: este é o vosso culto espiritual.  Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o que é perfeito” (Rm 12,1).
Não podemos impedir ninguém de fazer o que quer que seja. Contudo, há algo que podemos fazer: oferecer uma proposta de alegria verdadeira, a quem busca a felicidade de forma legítima. Sim porque a busca é legítima, infelizmente os meios e lugares é que estão errados.
Nós somos convidados a viver o carnaval de forma santa, a participar de um dos eventos carismáticos que estão sendo realizados e a levar outras pessoas conosco. Vamos chamar nossos amigos, parentes, vizinhos. Façamos a nossa parte!
Assim, os dias, que são conhecidos por serem dias de folia, se transformarão em dias de louvores a Deus. 

Lúcia Volcan Zolin
Coordenadora do Ministério e da Comissão de Comunicação